BEM-VINDO!

É UM GRANDE PRAZER RECEBÊ-LO!
COOPERANDO IREMOS MAIS LONGE, MAIS RÁPIDO E EM MELHORES CONDIÇÕES.
FIQUE À VONTADE. :)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

RECEITA DO ANO NOVO


FELIZ ANO NOVO!!



Com carinho,
                               Lúcia Barros.








RECEITA DO ANO NOVO
 
Carlos Drummond de Andrade..
"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."

Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.                             

domingo, 29 de dezembro de 2013

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA! Pra relaxaarrr!!!


Olá!

Rir faz um bem enooormee!!
Luis Fernando Veríssimo sempre tem textos ótimos para nos fazer dar umas boas gargalhadas com inteligência.
Espero que goste.
Com carinho,
                              Lúcia Barros



APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA!


 Texto: Luis Fernando Veríssimo

Eu tenho o sono muito leve e, numa noite dessas, notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado.
Mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali,espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram- me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não sabia e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
5 minutos depois liguei de novo e disse com a voz calma:

- Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal, estou retornando apenas para cancelar a viatura, já resolvi o problema. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações, o tiro fez um estrago danado no cara, também lancei uma granada no quintal, para ter certeza que não havia mais ninguém, a explosão arrancou as pernas e um braço do ladrão e ele esta agonizando no quintal agora. Só queria agradecer a atenção.

Passados menos de três minutos, estavam na rua 5 carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Ao chegarem, prenderam o ladrão em flagrante roubando o meu carro na garagem, e todos estavam surpresos por não ter encontrado uma cena de tragédia.
Um tenente se aproximou de mim e disse:
- Fui informado que havia matado o ladrão.

Eu respondi:
- Fui informado que não havia nenhuma viatura disponível.

Texto: Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal!



Olá!

Quase chegando ao fim mais um Natal.
Claro que sei que nem todos comemoram, por vários motivos.
Mas, o que realmente importa é ter um Natal com Cristo nascendo no coração.
No tempo e no espaço, não importa o dia, já nasceu. Faz parte da História, inclusive dividindo-a, em antes e depois dEle, (A.C e D.C. ou A.D.).
Ele se importa com cada ser humano, compreendendo ou não, aceitando ou não.
Afinal, Ele é Deus conosco.

Gosto muito deste vídeo de Natal em cordel, espero que aprecie.

Com carinho, 

                    Lúcia Barros.






quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Carregando água na peneira.





Só quem é muito especial consegue carregar agua na peneira.
Parabéns Manoel de Barros, que, ao fazê-lo, nos transporta para um mundo mágico.






Carregando água na peneira. Manoel de Barros


Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos

A turma


Olá!

Aniversário do maior poeta brasileiro, vivo, em atividade.
Felicitações, e, obrigada! 







A turma, 



Manoel de Barros




A gente foi criado no ermo igual ser pedra.
Nossa voz tinha nível de fonte.
A gente passeava nas origens. Bernardo conversava pedrinhas
com as rãs de tarde.
Sebastião fez um martelo de pregar água
na parede.
A gente não sabia botar comportamento
nas palavras.
Para nós obedecer a desordem das falas
Infantis gerava mais poesia do que obedecer
as regras gramaticais.
Bernardo fez um ferro de engomar gelo.
Eu gostava das águas indormidas.
A gente queria encontrar a raiz das
palavras.
Vimos um afeto de aves no olhar de
Bernardo.
Logo vimos um sapo com olhar de árvore!
Ele queria mudar a Natureza?
Vimos depois um lagarto de olhos garços beijar as pernas da Manhã!
Ele queria mudar a Natureza?
Mas o que nós queríamos é que a nossa
palavra poemasse.”

sábado, 7 de dezembro de 2013

Mestre na cama.








Olá!


Gostei muito do texto de Diego A. Van Nieuwenhove, que vai muito além de um prazer momentâneo e egoísta. Motivo de postar. 
Muito bom!!
Num mundo em que é tudo descartável, conseguir isto só investindo no relacionamento, tornando-o profundo e compromissado. A mulher não é apenas um objeto que proporciona prazer, é um ser, que é respeitado e cativado.

Obter o prazer é consequência  de proporcionar o prazer. 
 




Mestre, o que é ser um mestre na cama?
- É ser capaz de fazer uma mulher sentir, em uma só noite, a origem do prazer, respondeu o Mestre.
O discípulo perguntou:
- Há níveis de maestria de quarto?
- Este que me referi é o primeiro nível...

O discípulo perguntou:
- E qual é o segundo nível?
- Dar à mulher tanto prazer que num dado momento ela diga: Deus te saúda...
O discípulo estava começando a se inquietar...
- Há um terceiro nível?
- No terceiro nível, você é Deus...
Eu imagino que este seja o último nível...
- Último? Aqui começa outra oitava na maestria... Neste nível a mulher cura todas as feridas, perdoando-se a si mesma... Neste momento você se torna seu companheiro, amigo, amante... Neste momento a mulher se torna o ser humano mais consciente e feliz do mundo... Neste momento nada mais há além da felicidade... Neste momento o verdadeiro casamento acontece: A união do homem com o ventre da mulher...
O discípulo então começou a chorar de felicidade...
Mestre, como seria maravilhoso se todos os homens soubessem disso...
- Nem todos os homens querem saber, respondeu o Mestre. Mas compete a nós fazer com que isto chegue a todos...
- Quer saber o que é o último nível?
- Eu não acredito que ainda falta um nível...
No último nível o homem se dissolve, ele já nem sabe mais se é um homem ou uma mulher, e nem quer saber...
Então a mulher olha para ele com doçura e sussurra em seus ouvidos:
- Finalmente você se tornou um homem...


Diego A. Van Nieuwenhove